A fruta da época Estava a avó Marina, sentada na sombra da sua Mafureira, a sentir a brisa de Novembro na sua esteira já velhinha. Aproximou-se dela a sua neta mais nova, Mainha, trazia nas suas mãos sal e manga verde, com muita alegria e gula carregava a fruta da época desejosa de a desfrutar. Chegou junto da sua avó, sentou-se na esteira e cruzou os pés, raspou um canto da sua manga verde no sal que trazia consigo e deu uma dentada, enquanto triturava com os seus dentes de leite e deliciava-se do sabor azedo e salgado que passava pela sua língua, a avó Marina olhou para o rosto da sua neta que parecia estar a deliciar-se da manga verde e logo lembrou-se da sua infância e da época em que seus dentes ainda eram completos e podia também comer uma manga verde, o sentimento de nostalgia era tanto que a avó Marina espontaneamente passou sua língua pela sua gengiva desdentada que fazia-lhe desejar ainda mais aquela manga verde. Observou Mainha a língua que passava a sua classe pela ge